segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

BBB Pornografia em rede nacional, escreveu a Deputada Luiza Maia ao (BN )

Tô com CQC contra as drogas 


Pela 14ª vez, a Rede Globo nos agracia com um verdadeiro presente de grego: o Big Brother Brasil (BBB). Dizem que se trata de um programa de entretenimento, mas na realidade é uma enorme fonte de renda para a emissora, com desmoralização da imagem feminina e de fortalecimento das ideias capitalistas que transformam todas as coisas em produtos e mercadorias, inclusive os seres humanos.
 
Copiado, como sempre, dos EUA, o Brasil está na lista dos países que têm o maior número de edições. E o motivo é claro, não obstante o formato já se tenha esgotado: apenas com as cotas de patrocínio, a emissora de televisão arrecadou R$ 143,4 milhões na edição 2013.
 
Por outro lado, a imprensa nacional já noticiou que a atual edição deve faturar cerca de R$ 161 milhões. Acrescente-se a isso, as diversas ações de merchandising, que elevam a lucratividade da emissora, triplicando o faturamento relativo ao programa.
 
Em verdade, nenhuma preocupação se esboça com o telespectador, mas tão somente na obtenção de maiores lucros, que se originam da exploração de imagens sexuais, intrigas, fofocas e futilidade. Um verdadeiro desserviço à construção de uma sociedade mais harmônica, civilizada e igualitária.
 
O estímulo ao consumo desenfreado, à visão da mulher como mero objeto, à pornografia, banalização sexual, traição, bebida de forma exagerada, mentira e a mensagem constante de que vale tudo na busca pelo enriquecimento são as marcas mais fortes do BBB.
 
Não quero atribuir ao programa Big Brother a culpa pelas mazelas sociais e morais que ainda existem na sociedade brasileira. Todavia, não podemos ignorar a forte influência que a televisão possui na formação moral dos cidadãos, particularmente daqueles cuja personalidade e caráter estão em formação, como as crianças e adolescentes.
 
Não estou aqui a defender a censura ideológica e artística. Não podemos esquecer que a Constituição Federal abriga, também, outros valores e princípios que também devem ser respeitados, como a dignidade da pessoa humana.
 
Ademais, as normas constitucionais brasileiras destacam que as rádios e televisões, que funcionam sob o regime de concessão, desenvolvam programações educativas, artísticas, culturais e informativas, além de estimular o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família, o que nem de longe se enxerga no programa denominado BBB.
 
A Constituição brasileira coloca em igualdade de condições tanto a liberdade de expressão quanto outros valores não menos importantes, tais como a igualdade de condições entre homens e mulheres, a proteção à criança e ao adolescente, de sorte que o limite do exercício de um direito se estende até o ponto no qual não se malfere o outro.
 
É necessário que as autoridades, e sobretudo os órgãos reguladores, se manifestem a respeito do assunto. Talvez, uma medida imediata seria alterar o horário de exibição do programa, dificultando o acesso às crianças e adolescentes.
 
Estamos cansados de programações fúteis, sem nenhum propósito educativo. E como disse o poeta e professor Antônio Barreto, de Santa Bárbara, em cordel: “Big Brother Brasil, um programa imbecil”.

*Luiza Maia é deputada estadual pelo P
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