O estupro de mulheres e irmãs de detentos do complexo prisional de
Pedrinhas, em São Luís (MA), denunciado por presos, não se restringe ao
interior da unidade. De acordo com uma denúncia recebida ontem pela OAB
do Maranhão (Ordem dos Advogados do Brasil), mulheres são violentadas em
São Luís por ordens enviadas de dentro do presídio. As vítimas são
principalmente mulheres do interior do Estado que viajam à capital para
visitar o marido e parentes em Pedrinhas, de acordo com o
vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Rafael Silva.
A ordem é dada, conforme a denúncia, por líderes de
facções, possivelmente por meio de celulares que entram escondidos na
unidade. Na semana passada, uma rebelião no local terminou com quatro
mortos, sendo três deles decapitados. Após a rebelião, o complexo foi
visitado por membros do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do CNMP
(Conselho Nacional do Ministério Público), promotores e advogados. À
comitiva, detentos relataram que mulheres de presos ameaçados eram
estupradas nas visitas, disse o juiz do CNJ Douglas de Melo Martins. Só
em 2013, 59 presos morreram em Pedrinhas, onde vivem cerca de 2.500
homens. O espaço é projetado para 1.700, segundo o CNJ e a OAB.
Procurado, o governo do Maranhão não respondeu às perguntas da
reportagem. (Folha)
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