quinta-feira, 29 de março de 2012

CQC em Alagoas - o político e a compra de votos

A verdade custe o que custar.
Deputado estadual alagoano, Temóteo Correia (DEM) sendo entrevistado por repórter do CQC.

Os vereadores de Maceió e os deputados estaduais de Alagoas foram surpreendidos essa semana com a presença de equipe do programa Custe o Que Custar - CQC da rede de televisão Bandeirantes, nas respectivas casas legislativas. Alguns foram entrevistas, algumas participações assistíveis e outras desprezíveis. A que mais chamou a atenção de todos foi a do deputado estadual Temóteo Correia (DEM). O deputado soltou frases que já não dizem um segredo, mas mostram como a corrupção está cada vez mais descarada, parecendo que já ganhou a aprovação da população ou que venceu pelo cansaço, algo do tipo. Nessa postagem vou me ater a seguinte afirmação do deputado: "Eu compro voto sim e, em São Paulo, os políticos roubam mais do que a gente em Alagoas. Onde se tem mais dinheiro, rouba-se mais, isso é até lógico. E o roubo acontece no País inteiro, não só aqui no Estado". Bem, não poderia deixar de comentar e discordar.
Realmente existem muitas pessoas desonestas no Brasil e em vários outros países do mundo, falar que a corrupção é um subproduto brasileiro ou que é praticada pela maioria dos brasileiros é um absurdo. Em outros países se pode ter uma fiscalização e punição maiores, inclusive população mais atenta aos gastos públicos - devido à educação institucional que têm acesso, o que ocasiona num número inferior de casos de corrupção na política, mas a corrupção não deixa de existir. O Brasil tem pouco mais que meio século de existência, antes de "descobrirem" o Brasil a corrupção já existia no mundo. Fato que faz a corrupção se alastrar e parecer impunível no nosso país é a péssima realidade educacional, poucos tem acesso à educação, e um número ainda menor à educação de qualidade. Educar o povo dá a ele o direito de escolha, de conhecer a fundo sua realidade e nela intervir e opinar.

Mas da mesma forma que existem pessoas desonestas, existem pessoas honestas, acredito até que em maior quantidade. Os honestos estão em todos os lugares, profissões e classes sociais, inclusive na política; mas os desonestos também ocupam essa diversidade de espaços. A corrupção não é algo que se resume à política, mas deveria ser a política o ramo em que essa depravação ocorresse de forma ainda mais abominável, reprovável e condenável. A política é espaço para quem tem compromisso com o povo, com a coisa pública, os interesses sociais e coletivos.

A compra de votos é o primeiro passo de um político corrupto, dado antes de se tornar um representante do povo. É um atestado, uma certidão comprobatória de que aquele candidato, sendo eleito, não terá compromisso nenhum com o povo, apenas com seus interesses pessoais. Hoje, muitos são eleitos através dessa artimanha, da mesma forma que vários outros são eleitos de forma honesta. O político corrupto quer mais é que o eleitorado pense que todos os políticos são iguais, jogar todos na vala comum da corrupção, pois isso os beneficia, é uma forma de rebaixar seus principais adversários políticos a mesma situação de podridão.

Mas acreditem, ao passo que a corrupção está cada vez mais descarada, ela está cada vez mais passível de ser punida. Convivemos muito tempo com essa realidade sem qualquer tipo de punição, mas essa realidade mudou. Ainda não temos uma repressão a esse tipo de prática de maneira generalizada, mas vários políticos passaram a ser punidos. Na atual legislatura da Câmara Municipal de Maceió, por exemplo, dois vereadores tiveram seus mandatos cassados devido a comprovação de compra de votos. O atual governador de Alagoas, Téo Vilela também, como abordei na postagem "Téo continua com mandato, porém criminoso", foi condenado por compra de votos em dezembro passado pelo TSE, mas este, infelizmente, não perdeu seu mandato. Outros mandatos são cassados Brasil a fora, a condenação para esse tipo de prática tem que aumentar. Nós só não podemos cair nessa estratégia de alguns políticos de fazer todos parecem corruptos e desacreditarmos numa política honesta, eu acredito!

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