A cena de um adolescente de 16 anos comendo pedaços do corpo da própria
mãe, em Nova Iguaçu, espantou até mesmo os policiais, acostumados a
lidar com casos bizarros no cotidiano violento da Baixada Fluminense. O
delegado Luiz Jorge Rodrigues, da Delegacia da Posse (58ª DP),
classificou a situação como deplorável.
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Na verdade, os PMs foram atrás da informação de que um filho bateu na
mãe. Quando eles entraram no quarto, viram o filho pelado, a mãe pelada,
ele grudado nela e comendo, mastigando o dedo da mãe, literalmente.
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Eles tentaram soltar o filho e viram que realmente o olho da mãe estava
pendurado, o outro olho furado, a testa com retalho, a perna e o seio
dilacerado, ou seja, muito machucada.
De
acordo com o delegado, o rapaz foi apreendido e encaminhado para uma
instituição para recuperação de menores. Caso seja comprovado que ele
tem problemas mentais, como foi dito pela mãe aos PMs, ele deve ser
internado pelo Estado em uma clínica psiquiátrica, onde pode permanecer
até completar 21 anos.
O
caso foi encaminhado para a delegacia da área, de Comendador Soares
(56ª DP), já que a 58ª DP era apenas central de flagrantes.
Mãe é internada em estado grave
Cristiane
dos Santos Simplício, de 30 anos, foi levada para o Hospital Estadual
Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, onde permanece
internada em estado grave.
Dependência química
Psiquiatras
que analisaram o caso disseram que esse tipo de ataque é raro entre
portadores de doença mental. Para especialistas, também é possível que o
rapaz seja dependente químico. O psiquiatra Miguel Chalub diz que as
mães costumam ser os alvos mais comuns.
—
Quando um doente mental comete uma violência, ele não sai pela rua
agredindo as pessoas. Não é assim que acontece. Ele vai agredir aquelas
pessoas que têm contato com ele, pois são as pessoas que reprimem, que
controlam, são as pessoas que exigem e não compreendem as coisas. Eles
acabam agredindo como se fosse um ato de libertação, para se livrar um
pouco da opressão, do controle que estão sendo vítimas. E a mãe, quase
sempre, é a que mais faz esse papel.
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