domingo, 7 de fevereiro de 2016

Salvador: Homens não aceitam fora e agridem mulher na Barra-Ondina


WP_20160206_17_47_39_ProFoto: Arquivo pessoal
  
O preço do “não” para Ludmylla de Souza Valverde foram oito pontos na altura da sobrancelha e perda de muito sangue, levando-a ao desmaio. O motivo da agressão? Um fora dado por ela e sua irmã, aniversariante do dia. A cena que reflete a mais pura essência do machismo aconteceu na sexta-feira (06/2) na passagem do Aviões do Forró no circuito Dodô.
Dois homens vieram em direção às duas irmãs, um deles assediou Thaianna de Souza Valverde, o agressor passou a mão nos lábios da vítima borrando seu batom, em seguida tentou limpar as mãos no corpo da jovem, Ludmylla interveio em defesa da irmã e logo foi repreendida, “você é muito ignorante, se não sabe brincar fica em casa”, recomendou o agressor.
Contrariados eles empurraram Ludmylla contra um isopor, a jovem caiu e em seguida outro rapaz arremessou um copo de acrílico no rosto da jovem, ela foi atingida na região dos olhos.
“Esses monstros não admitiram receber um não, não admitiram a gente não querer interagir com eles, não admitiram que poderíamos estar na rua e querer brincar sozinhas sem ser assediadas violentamente por eles.” Disse a vítima.
O carnaval é uma grande brincadeira, sim nós concordamos, porém “brincadeiras” têm limite e o respeito é a linha que define até onde se pode ir. Apesar das campanhas que abordam a violência contra mulher e do trabalho feito pela Secretaria Municipal de Reparação com equipes de observação nos circuitos da folia, muitas ainda sofrem com a “coisificação” da mulher e subserviência aos desejos masculinos.
No dia seguinte (sábado – 06/2) à agressão Ludmylla iniciou sua saga, passou o dia registrando boletim de ocorrência, realizando exame de corpo delito e cuidando dos ferimentos, que não são apenas físicos, são ferimentos da alma. “O que mais dói é sentir na pela o peso do machismo da nossa sociedade”, desabafa Ludmylla.
O processo de denúncia é doloroso, muitas vezes constrangedor e burocrático, mas é essencial para punição dos agressores. fonte:aratu online

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